sábado, 29 de setembro de 2007

Tropa de Elite



Não só no Rio de Janeiro, a violência é explícita e sem censura. Mesmo o combate sendo cruel, a visão que temos é de que a polícia entra na favela para matar, sem pensar nas consequências ou alvos, e os bandidos apenas se defendem porque são vítimas. E esquecemos que vítimas somos nós.

Algumas pessoas justificam a existência da violência com a pobreza. Será? Pra mim isso mais parece tese de burguês que só fica dentro de sala de aula de universidade e que nunca deu a carinha pra bater. Que critica a violência, a falta de educação, a corrupção mas não faz porra nenhuma pra modificar isso, só inventa bonitas teorias e estatísticas do "crescimento da instabilidade social pela qual passamos". O diretor e roteirista José Padilha resolveu subir o morro e escancarar a realidade de ambos os lados dessa guerra civil.

A história fala da vida do capitão Nascimento (Wagner Moura), líder do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da corrupção policial e a carga de terror psicológico que é enfrentada depois de cada batida. A intenção é tocar na ferida daqueles que não entendem a realidade cruel que escondem as favelas. Como eu e vcs, meus amigos. Sim, porque no nosso dia-a-dia não sobreviveríamos a tanto terror.
Vendo o filme entendi a dura realidade de um grande amigo, que eu adoro de coração. É um amor de pessoa, cresci com ele, nos conhecemos com 13, somos amigos a 21 anos. Ele é tenente coronel da PM, é um policial correto, que quer como o capitão Nascimento acabar com a corrupção e proteger a sociedade desse mundo horroroso. Uma vez soube que ele tinha sido violento. Pus meu dedo de garota Moema/Campo Belo/Brooklin na cara e acabei com ele, quase que com nossa amizade tb. Ele tentou me explicar esse mundo, eu não entendi, recriminei, e achei muito contraditório existir essas duas pessoas dentro dele. Depois de ver o filme, que foi um grande tapa na minha cara entendo que nesse mundo é matar ou morrer. E que se existem policiais corruptos também existem os que arriscam suas vidas pra nos proteger.
Em dezembro ele vai embora do país, mais uma vez será Chefe do Batalhão de Paz, dessa vez no Haiti. Ele arriscará sua vida pelos outros, verá coisas que nem imaginamos e eu continuarei confortável aqui no meu mundo. Só posso agradecer a ele pela proteção e carinho. E pedir deculpa.

Vejam o filme, é muito, muito bom e o Wagner Moura é um puta ator!

Um comentário:

clarita disse...

02!!! eu quero esse sapato!
te liguei no domingo mas ninguém atendeu...vc ta me devendo um papo!

beijoca da Lu.