terça-feira, 26 de agosto de 2008

Palavrão




Esse post é pra todos aqueles que dizem que eu falo muito palavrão...
Texto lindamente escrito por nada menos que Millôr Fernandes...e ele ressalta justamente os meus favoritos! Puta que pariu...o texto é muito bom!!!!!
Basta de censura ao palavrão!

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!". E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas.Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade. E...foda-se!"
(Texto de Millôr Fernandes)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vida sentimental




Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: 'Ah,terminei o namoro...' 'Nossa, quanto tempo?' 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou' 'É não deu...' Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo, nós não temos.

Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga... senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama! Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa. Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói! Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar. Enfim... quem disse que ser adulto é fácil?

Arnaldo Jabour

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Gestão de Risco



Começo agora minha aula sobre gestão de risco na pós e me pergunto: O que não é risco na vida? Sem pieguices ou lugar-comum, mas porra, o tempo todo a gente tá "vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas aprendendo a jogar".
Esse curso de gestão está me fazendo refletir em aspectos da minha vida que eu não levava em conta.

Por exemplo: A matriz SWOT é uma ferramenta usada no planejamento estratégico, que permite encontrar as forças e fraquezas de uma empresa bem como as oportunidades e ameaças de mercado.

S = strengths (forças) – análise interna, dentro da empresa.
W = weaknesses (fraquezas) – análise interna, dentro da empresa.
O = opportunities (oportunidades) – análise externa, fora da empresa.
T = threats (ameaças) – análise externa, fora da empresa.


O que torna a matriz SWOT particularmente interessante é que, ao organizar os esforços e discussões, você pode descobrir as oportunidades de mercado que a sua empresa está preparada para aproveitar. Ao mesmo tempo, ao entender melhor as suas fraquezas, você também pode se preparar para lidar de maneira proativa com as possíveis ameaças.

Agora pense comigo, seja esperto e aplique isso na sua vida pessoal, hein hein!!!
Se vc tá ai meio cabisbaixo, sem saber o que fazer da vida, comece fazendo a sua própria matriz SWOT! É, eu não estou louca, vc tem uma outra leitura de vc mesmo!!

Não é fácil olhar pras nossas fraquezas...e enumerar as coisas que nos ameaçam então...É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, mas amigos o umbigo é nosso, a gente é que tem que olhar pra ele...

Hei, eu não fui abduzida não hein! Continuo a mesma Dedé retardada de sempre! A que ama natureza, gosta de fotografia, que não planeja muito as coisas, a que não controla seus sentimentos, a que enfia os pés pelas mãos, a que dá um fora atrás do outro, a que adora dar boas gargalhadas!

Mas fica ai o conselho administrativo! hehehehehe

I'm like a bird, I only fly away...







Eu ando com uma vontade incontrolável de sair por ai e dar uma espiadinha no mundo. Acabo de ver as fotos que minha querida amiga Lu fez de suas férias na Turquia...Lindo! Nunca pensei em ir praqueles lados...
Eu tenho um amigo que tinha medo e ansiedade de morrer sem poder ter lido todos os livros do mundo...Ok nóia de intelectual, mas confesso que eu tenho quase a mesma aflição de não poder conhecer todos os lugares do planeta!
As fotos eu fiz em algumas viagens, lugares que carrego comigo, lembro de ruas, de comidas, de momentos felizes! E não precisa ser só viagem internacional não, as feitas aqui em cidadezinhas escondidas são as mais bacanas, dessas eu tenho saudades! Saudades dos banhos de cachoeira, das comidinhas caseiras e boas, muito boas, da cervejinha de final de tarde....Nossa, eu tô literalmente viajando, daqui a pouco não vou escrever coisa com coisa....

Bom, eu tô com vontade de viajar...alguém quer me fazer companhia??

Fotos: La Pedrera - Barcelona, Caminito - Buenos Aires, Plaza de Toros - Madrid, Opera House - Sidney, Torre de Belém - Lisboa.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Poema

Dedicado a minha insuportável ansiedade...


Pensamento vem de fora

E pensa que vem de dentro,

Pensamento que expectora

O que no meu peito penso.

Pensamento a mil por hora,

tormento a todo momento.

Por que é que eu penso agora

sem o meu consentimento?

Se tudo que comemora

Tem o seu impedimento,

se tudo aquilo que chora

cresce com o seu fermento;

pensamento dê o fora,

saia do meu pensamento.

Pensamento vá embora,

desapareça no vento.

Eu não jogarei sementes

Em cima do seu cimento.

Arnaldo Antunes