Peguei o avião e deixei tudo pra trás. Essa sensação me segue toda vez que o avião corre a pista e eu adoro!!!! Fui deixando a paisagem de São Paulo, cinza, camada de poluição, prédios...fui sobrevoando e o cenário foi mudando, até que começamos a descer e lá estava eu no Rio de Janeiro.
É inevitável, meu coração se enche de alegria. Do Santos Dumont até o hotel, 10 minutos, fiz meu check in e cheguei no meu quarto. Lá estava eu, dona do meu nariz. Tinha que buscar meu kit da corrida, tinha que sair pela cidade, sentir o cheiro da praia, ver o mar, sentir a brisa. No ônibus passando por Botafogo, a mesma sensação estranha de que eu já morei lá, de que aquela rua faz parte do meu passado, a primeira vez que eu senti isso foi em 2000, ou seja 7 anos atrás.
Depois de Botafogo vem o Flamengo, Copacabana, Ipanema e Leblon, meu ponto de descida. Fui andando até a Ataulfo de Paiva, de novo uma felicidade inexplicável, cheguei na loja peguei meu kit, de lá fui pra orla, tirei minha havaiana e pisei na areia, deitei na canga e fiquei pensando na vida com o Morro Dois irmãos de fundo. Como sempre lá estavam os ambulantes vendendo Mate e Bissssscoito Globo (doce ou salgado). Mais uma vez pensei: Aqui é o meu lugar, eu pertenço a essa cidade. Podem falar o que quiser, que tem violência, que tem bala perdida, que carioca é metido a isssperto, que lá é uma zona.... Lá eu me sinto livre, completa, feliz, é como se eu encontrasse com meus pares, com quem gosta de correr na orla, com quem tem espírito leve e colorido. Talvez minha essência seja desencanada, libertária e é assim que eu me sinto no Rio.
Eu vou morar no Rio, vou buscar a minha felicidade, esse será meu novo projeto de vida.
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